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SINOPSE: Após um ferimento mortal, o especialista em Inteligências Artificiais, doutor Will Caster, tem sua mente integrada a um supercomputador, fruto de seu próprio trabalho e suposto detentor de autoconsciência. Transcendence conta a história do doutor Will Caster e de todas as pessoas que tiveram suas vidas alteradas ao seu redor.
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Um filme que, assim como seu protagonista, se entrega à megalomania e nela se perde.
O filme conta com Johnny Depp no papel principal e vários nomes conhecidos no elenco, como Morgan Freeman, Rebecca Hall, Cillian Murphy e Paul Bettany. O filme é assinado como o primeiro trabalho do roteirista Jack Paglen. Wally Pfister, diretor do filme, foi o Diretor de Fotografia da maioria dos filmes do Christopher Nolan, que aparece aqui como Produtor Executivo.
Transcendence apresenta uma proposta genial e inicia várias discussões, como o retorno à natureza, a busca pela origem da consciência, a moral que circula a criação de inteligências artificiais e a própria questão sobre a definição do real. O problema é que a maioria destas discussões são praticamente jogadas. Não existe uma apresentação devida e muito menos um desenvolvimento no decorrer do filme. Logo, o espectador perde interesse filosófico.
Não me entenda mal. Não é um péssimo filme. É só um filme medíocre que poderia ser ótimo. Apesar de todo o potencial desperdiçado, Transcendence ainda consegue prender o espectador até o fim de seu segundo ato e render alguns elogios por sua proposta.
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O problema de verdade se encontra no terceiro ato, quando todas as metáforas do filme, de repente, tomam seu sentido literal. A proposta sobre a ascensão de Will ao nível de um Deus, muito interessante pelo ponto de vista filosófico, vira fato e, sem nenhum motivo lógico dentro da narrativa do filme, a relação entre material e virtual é estreitada e a metafísica passa a assombrar os últimos minutos de projeção.
Como se não bastasse o desperdício de quase todas as discussões já citadas, que tanto me encantaram quando comecei a ver o filme, a trama ainda faz questão de mostrar que nem os idealizadores compreenderam totalmente o que era o protagonista e, muito menos, em que ele se tornou.