SINOPSE: Em um determinado Dia de Los Muertos, La Muerte e Xibalba fazem uma aposta envolvendo um triângulo amoroso entre três amigos: Manolo, Maria e Joaquin. Quem ganhar passa a governar o Reino dos Mortos Lembrados, sempre cheio de festas e cores e, quem perder, deve cuidar do Reino dos Mortos Esquecidos, que é uma forma fria, triste e sem cor de exílio.
No próximo domingo, dia 02 de Novembro, é comemorado o Dia de Finados. No México, na mesma data, existe uma tradição parecida (não necessariamente baseada ou inspirada na nossa). Os chicanos chamam este dia de Dia de Los Muertos e celebram a ocasião de um jeito um pouco diferente do nosso.
Enquanto aqui, no nosso Dia dos Finados, vamos aos cemitérios para prestar nossas homenagens de formas mais contidas, o Dia de Los Muertos é comemorado de forma festiva, pois eles acreditam que este é o dia em que a Terra de Los Muertos está em festa e os mortos que são lembrados têm permissões especiais para passar o dia no Mundo dos Vivos. Sendo assim, o dia é cheio de festa, regado às comidas e bebidas preferidas daqueles que já se foram e estão sendo homenageados.
Co-escrito e dirigido por Jorge R. Gutierrez, o filme conta com nomes como Zoe Saldana, Diego Luna e Channing Tatum. O próprio Del Toro, um dos produtores do filme, também faz uma pontinha na dublagem. O principal responsável pelas artes conceituais é Clayton Stillwell, junto à direção de arte de Paul Sullivan. A trilha sonora é responsabilidade de Gustavo Santaolalla.
O filme é, visualmente falando, muito impactante e bem pensado. Da decisão de utilizar bonequinhos de madeira para contar a história, até a escolha das cores das pétalas que La Muerte deixa para trás quando se teleporta, sempre em tons quentes, fazendo oposição ao verde de Xibalba. Tudo parece ter sido pensado para criar um verdadeiro espetáculo visual. Além disso, a simples utilização das cores já consegue passar boa parte da cultura mexicana. É um trabalho, sem dúvidas, impressionante.
Existe um trabalho sensacional na parte musical do filme também. Mesmo que você seja cego, a trilha incidental não te deixa esquecer, por um segundo sequer, que a aventura contada se passa no México. Não sendo suficiente, os artistas também fizeram versões "mexicanas" de várias músicas famosas lá fora. Creio que o exemplo mais comum seja Creep, do Radiohead, que ganhou até uma versão em português, na versão dublada do filme.
Em resumo, Festa no Céu é uma aula sobre cultura mexicana, ambientação em animação e de como fazer uma história simples, mas que não seja boba. É um filme que diverte (ou, no mínimo, causa admiração em) crianças, jovens e adultos e merece ser visto no cinema.