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Gardo e Raphael são garotos que vivem em um lixão e sempre buscam algo valioso entre os restos despejados no local todo dia. Certo dia, Raphael encontra uma carteira com uma boa quantia em dinheiro e a divide com o amigo. Entretanto, logo surge o policial Frederico, que está justamente procurando a tal carteira a mando de um candidato a prefeito, Santos. Os garotos não revelam que a encontraram e pedem ajuda a Rato, também morador do lixão, para que possam descobrir o que ela tem de tão importante. É quando percebem que, através de uma chave, embarcarão em uma verdadeira caça ao tesouro.
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"Ah não! O filme é brasileiro?" As produções de longa-metragens nacionais sempre nos deixam com um pé atrás. É até compreensível que falte orçamento, e que é impossível compara-los a uma superprodução americana, mas nada justifica a falta de criatividade e ousadia que nosso cinema sofre.
O que geralmente parece acontecer é que nossos diretores e roteristas estão muito preocupados em contar como o Brasil sofre de problemas sociais, ou apenas interessados em vender uma comédia papelão baseada em algum seriado idiota (desculpe a grosseria) da globo. Salvo raras exceções - como, por exemplo, o fantástico Tropa de Elite - a maioria dos filmes tem uma história rasa e leviana, que é usada apenas como plano de fundo.
Trash - A Esperança vem do Lixo faz justamente o contrário: primeiramente se preocupa em contar uma boa história, dramática sem exagerar nas medidas; depois emprega como plano de fundo a pobreza e a corrupção, que se encaixam no contexto como uma luva, e ajudam a fazer com que o espectador se envolva com a trama.
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Mas (feliz ou infelizmente) o filme não é apenas nacional, e sim uma coprodução britânica e brasileira, que foi baseado no livro intitulado Trash, de Andy Mulligan. O roteiro ficou por conta de Richard Curtis, com auxílio do brasileiro Felipe Braga, e Stephen Daldry dirigiu o longa. Adriano Goldman é o responsável pela maravilhosa fotografia e Antonio Pinto pela trilha sonora.
A história do livro se passa em um país fictício e, teoricamente, poderia ter sido filmado em qualquer lugar. A escolha do Brasil pesou, pela proximidade do diretor Richard com o diretor nacional Fernando Meirelles, que possui uma grande experiência com produções do gênero. Mas o momento pelo qual nosso país está passando também foi um fator relevante, e casou perfeitamente com a história.
O elenco não se destaca por quantidade, mas sua qualidade é notória. Rooney Mara e Martin Sheen marcam a presença internacional no filme, e nacionalmente temos um crossover de dois dos nossos melhores atores: Wagner Moura, que faz o papel do braço direito do político corrupto, e Selton Mello, que, desta vez, faz o papel do policial (semipsicopata).
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"Tem barata que é foda. Você pisa, pisa, pisa e a filha da puta não morre."
Mas nem só de grandes nomes se faz um filme. O elenco juvenil tem seu devido valor e merece destaque: Rickson Tevez atuou como Raphael, Eduardo Luis como Gardo e Gabriel Weinstein deu vida a Rato. Estes três são as personagens principais de Trahs, responsáveis por desvendar o caça-ao-tesouro e conferir um alívio cômico justificável, que provém da inocência que só uma criança possui.
A aventura vivida por esse grupo de amigos é motivada, a princípio, pela curiosidade e uma possível recompensa. Mas graça ao ódio nutrido pela polícia, os garotos levam a história para o lado pessoal e decidem agir de acordo com o que acham correto, colocando seus princípios em primeiro plano.
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O enredo é envolvente (daqueles que te fazem sentar na ponta de cadeira para observar com mais atenção), e funciona como um caça ao tesouro da vida real. A história possui o exagero necessário para ser interessante, mas também consegue ser crível. Para completar, as músicas brasileiras marcam uma presença importante, totalizando a adequação da trama para nossa cultura.
Enfim, Trash - A Esperança vem do Lixo mostrou o quão positivo uma coprodução pode ser. Vamos torcer para que o cinema nacional se inspire, e que, cada vez mais, nos traga filmes interessantes e inovadoras. Se você ainda não viu, corre lá que vale a pena, e não se esqueça de deixar sua opinião.
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