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Em uma realidade distópica em que as memórias, cores e diferenças não existem e cada um é designado pelos Anciãos a ocupar uma profissão na sociedade, Jonas é escolhido para ser o novo Recebedor das Memórias, uma posição de extrema importância. À medida em que recebe as memórias, Jonas passa a lutar contra a realidade que rodeia seu presente.
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Se você não se lembra de quem é, pode se tornar qualquer um?
Aproveitando a onda dos filmes para Jovens Adultos, O Doador de Memórias pega carona com a intenção de apresentar uma bela mensagem e fazer uma homenagem ao dom da Vida no planeta Terra, mas faz isso com a prancha errada e não dá um show tão grande quanto se propõe a fazer.
O roteiro, baseado no best-seller de Lois Lowry, é dirigido por Phillip Noyce. No elenco, nomes como Meryll Streep e Jeff Bridges se misturam com Katie Holmes, Brenton Thwaites e Alexander Skarsgård. A trilha sonora é comandada por Marco Beltrami e o cinematografista é o Ross Emery.
Aliás, a fotografia é o que talvez mais conte pontos a favor do filme: geralmente com função narrativa, a fotografia varia entre o preto e branco e percepções coloridas, dependendo da personagem que está sendo retratada no momento. A variação também existe na construção dos enquadramentos. Existem momentos em que as imagens são captadas normalmente e outros, em que os enquadramentos são tortos para passar as noções de estranhamento necessárias ao contexto.
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É uma pena que, apesar de a fotografia falar por si só, o próprio elenco não consiga. Na total carência de características interessantes em seus personagens, nem mesmo os atores mais excelentes como a (monstra) Meryll Streep conseguem adicionar peso às suas aparições em tela. É claro que, para alguns, isso se justifica pela "total igualdade entre as personagens" dentro da trama, impossibilitando a individualidade.
Um indicador disso é que Jeff Bridges consegue fazer um trabalho interessante e Brenton Thwaites também mostra que está tentando bastante, sendo, ambos, "desprendidos" daquela sociedade. Mas a própria personagem Meryll tem um background dramático que foi simplesmente desprezado, tirando uma menção ou outra.
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O filme tem uma proposta muito interessante, mas acaba levando a um discurso brega e repetitivo, além de partir da mesma velha fórmula que todas essas obras Young Adults. O interessante universo criado é desperdiçado com personagens irrelevantes e sem carisma, não conseguindo criar momentos de tensão ou alegria em momento algum e tem sua resolução baseada em um Deus Ex Machina que chegou a me fazer querer que minhas próprias memórias fossem apagadas.
Tirando isso, o filme tem momentos belíssimos de exaltação de todas as belezas presentes no mundo, sejam naturais, emocionais ou culturais, mas também não perde a chance de denunciar todos os males que nos assolam no dia-a-dia e que, para o desespero geral, acabam acontecendo com tanta frequência que passam a ser considerados banais.
Em resumo, O Doador de Memórias, como toda carta de amor, exalta as partes belas e aponta as feias, mas, por amar, ainda termina de forma romântica. É um filme que merece ser visto, de uma forma ou de outra, pela sua mensagem. Mas que fique o alerta: apesar de ser uma carta bela e tocante, foi escrita com erros de português e cacografia.