Vidas ao Vento


SINOPSE
Jiro Horikoshi, vive em uma cidade do interior do Japão. Construir um avião e colocá-lo no ar é a meta da sua vida. Durante a busca pelo seu sonho ele conhece Naoko, uma jovem encantadora por quem se apaixona. No entanto, Naoko fica profundamente doente, sem saber se sobreviverá.




"O vento se ergue, é preciso tentar viver."

Caso você não se lembre, Vidas ao Vento (Kaze Tachinu) estava concorrendo ao Oscar de melhor animação, ao lado de Os Croods, Meu Malvado Favorito 2, Ernest & Celestine e o campeão Frozen - Uma Aventura Congelante.

Dizem as más línguas que ele só estava concorrendo ao Oscar por ser o último filme de Hayao Miyazaki como diretor. Miyazaki dirigiu e escreveu grandes clássicos como Princesa Mononoke, O Castelo Animado e A Viagem de Chihiro, todos eles pelo Studio Ghibli.

Quem conhece esses clássicos já sabe o que esperar dos efeitos visuais: um bonito e bem-feito traço desenhado a mão, sem o uso exagerado de computadores ou efeitos 3D, mas que ainda assim consegue preservar a riqueza de detalhes mesclada aos primórdios da animação japonesa. O que também pode parecer apenas um anime antigo, para quem não tem essa referência.


Vidas ao vento conta a história de Jiro Horikoshi, um jovem que vive no interior do Japão, no início do século XX, e tem o sonho de se tornar um engenheiro e designer de aviões. Sua época coincide com o início da Segunda Guerra Mundial, logo sua engenharia é voltada para aviões do exército.

A impressão que se tem após o término do filme é que você acabou de ver um documentário. A história é completamente linear, não possui nenhuma grande reviravolta, a guerra é citada durante todo o filme, mas não gera grandes conflitos. Jiro em certo momento diz: "Eu nunca quis fazer aviões de guerra. Só queria fazer belos aviões", e para por aí. Em nenhum momento ele entra em crise por isso.

Até o final você fica esperando que algo aconteça, quando o filme simplesmente acaba e deixa no ar uma sensação de "ué!? É isso?". Depois de pesquisar um pouco, descobri que Jiro Horikoshi realmente existiu e foi o engenheiro responsável pelo principal avião caça da marinha japonesa na época da Segunda Guerra Mundial, o Mitsubishi A6M Zero. Isso explicava o tom de documentário.


Mas uma pesquisa mais a fundo revelou também que Vidas aso Vento não é a biografia de Jiro Horikoshi, é apenas uma obra de ficção fantástica baseada na história do projetista de aviões. Ou seja, a história não tem impacto necessário como uma obra de ficção, nem a dose de realidade necessária para ser uma biografia.

Logicamente, Jiro Horikoshi não sobreviveria sem um par romântico. Com o passar da trama ele conhece Naoko e se apaixona perdidamente, amor à primeira vista. Anos mais tarde reencontra a dama e vive uma paixão ao estilo japonês. Hayao Miyazaki, o roterista e diretor do filme, se baseou em uma história trágica de Tatsuo Hori, um escritor e poeta japonês, sobre uma jovem que contrai tuberculose e é enviada para um sanatório.

Logo, é o que acontece com Naoko, sua mãe morreu de tuberculose e ela também sofre desse terrível mal. Tornando o relacionamento dos protagonistas conturbado e difícil. Esse tipo de história, onde a mulher é doente e o marido sofre por isso, é muito comum em animações japonesas.


De qualquer modo é deveras interessante ver, na animação, a evolução do Japão do século XIX para o XX. O modo em que as vilas do interior funcionavam, os meios de transporte, o nascimento dos grandes centros urbanos e da das tecnologias modernas. Pena que isso é retratado apenas como um plano de fundo.

Vidas ao Vento é um daqueles filme que não é para todo mundo. Não por ser cult demais, longe disso. Mas por agradar a um público muito específico: os amantes de aviões, os adoradores de Hayao Miyazaki e os apaixonados pela cultura japonesa. Se você se encaixa nesse público, vale a pena embarcar nessa. Caso contrário, pode acabar meio frustrado.


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