Magia ao Luar


SINOPSE
Stanley é um renomado ilusionista e identificador de farsantes que recebe um convite de seu amigo, Howard Burkan, para desmascarar uma suposta médium que está fazendo sessões com uma família muito rica e supersticiosa.





"Quando o Coração comanda a Cabeça, o Desastre vem."


Depois de Blue Jasmine, que levou a linda Cate Blanchett aos mais conhecidos prêmios do cinema comercial, Woody Allen retorna às telas para tentar emplacar mais uma de suas comédias. E parece que conseguiu.

Escrito e dirigido por Woody Allen, Magia ao Luar conta com um ótimo elenco, encabeçado pelo talentoso Collin Firth e a queridinha Emma Stone. Além deles, estão Hamish Linklater, Marcia Gay Harden e Jacki Weaver. A fotografia é comandada por Darius Khondji e o design de produção fica a cargo de Anne Seibel.

A trama se desenvolve de forma muito simples, deixando claro que suas intenções são as de uma comédia romântica e não as de um suspense. Não existem subtramas instigantes nem nada disso. Magia ao Luar é uma comédia romântica com um bom pano de fundo e ótimas personagens. Não assista querendo algo mais sério que isso.


Falando em personagens, a química entre Firth e Stone está funcionando muito bem em tela. Nada fora do esperado, porque, convenhamos, é impossível não ter química com Emma Stone. O único problema é que, por algum motivo, a atriz perde em pouco da tela para Firth, que parece engolir a câmera de vez em quando.

Uma hipótese pra isso é a ausência, justamente, do tradicional papel feminino forte do Woody Allen. Talvez por falta de liberdade no texto ou talvez por falta de Malícia, Emma Stone soa um pouco mais como uma garota regida pela mãe do que como uma possível vigarista. Mas isso é um problema pessoal que tive com o filme. A única relevância que isso tem é que, quando colocada ao lado da personagem interessantíssima ("muito interessantíssima" mal chegaria a ser pleonasmo) representada por Firth, ela acaba perdendo espaço.

Mas por que Stanley é uma personagem tão interessante (pelo menos para mim)? Sua construção o faz se apegar ao ceticismo, tanto por medo quanto por esperança de que haja algo maior que todos nós. O caminho de sua redenção é muito bem construído e argumentado, baseando muito bem toda a sua filosofia existencialista e suas frases de efeito. Clássico Allen.


Achei necessária a menção ao design de produção, porque ele faz uma boa parte do trabalho do filme. Com todas as roupas, adereços e demais caracterizações, o filme não parece uma ficção atual que retrata os anos de 1920, mas sim um filme de 1920 retratando seu presente. Existe um esmero muito perceptível na criação da maioria das tomadas.

Em resumo, Magia ao Luar é um bom filme de comédia romântica com um pano de fundo muito interessante, uma trilha sonora gostosa, ótimas atuações e um design de produção exemplar. É uma pena e uma alegria que, mesmo se destacando entre os melhores (talvez o melhor até agora) filmes do gênero em 2014, não chegue a se colocar entre os melhores filmes feitos por Woody Allen.
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