Caminhos da Floresta

Into The Woods
SINOPSE
Uma bruxa revela a um casal de padeiros, que não podem ter filhos, que sua árvore genealógica tem uma maldição. Para quebrá-la, eles devem conseguir quatro itens mágicos específicos, de alguns contos de fadas: Uma capa, vermelha como sangue; Um sapato, puro como ouro; Uma vaca, branca como leite; Cabelo, amarelo como milho.


"Tome cuidado com o que deseja." Literalmente.

Caminhos da Floresta (Into the Woods) é o novo musical da Disney, que vem apresentando, cada vez mais, sua intenção em mostrar um outro lado dos contos fantásticos e de suas famosas Princesas. Isso foi feito com Oz, Mágico e Poderoso, o ótimo Frozen e, mais recentemente, o péssimo Malévola.

Adaptado por James Lapine de uma famosa peça da Broadway de mesmo nome, o roteiro de Caminhos da Floresta é dirigido por Rob Marshall. O elenco conta com Meryll Streep, Anna Kendrick, James Corden e outros. As Músicas foram escritas por Stephen Sondheim, com algumas adaptações da peça da Broadway para o filme. Dennis Gassner fica à frente do departamento de Design de Produção e Colleen Atwood é responsável pelo Figurino.

A proposta de Caminhos da Floresta é, no mínimo, interessante. Não é possível dizer que seja extremamente original, mas juntar várias histórias e fazer com que elas se entrelacem na narrativa de um jeito crível é uma aposta enorme e, sem sombra de dúvidas, louvável.


É uma pena que nem toda execução seja tão boa quanto sua proposta.

A partir de certo momento, os atos do filme se arrastam como jiboias depois da refeição. Além disso, de vez em quando, tudo parece muito bagunçado e o alto número de personagens, que antes parecia interessante e desafiador, se torna apenas excesso e compromete o ritmo da narrativa. Alguns têm saídas da trama e finais extremamente... vagos, inclusive.

As músicas, ainda seguindo o padrão problemático do desenvolvimento narrativo do filme, são interessantes, mas também são confusas. Além disso, poucas se destacam individualmente, enquanto a maioria dá a impressão de trechos diferentes da mesma Imensa Canção. Não existe personalidade no que é cantado e o espectador não termina o filme com nenhuma música na cabeça ou sequer conseguindo diferenciar uma canção da outra. O contrário do que acontece com Os Miseráveis ou Sweeney Todd, por exemplo.


É claro que o filme não é péssimo, apesar do que eu estou dizendo. Ainda existe muita beleza e existe diversão. Os atores estão muito bem, tendo a atuação incrível de Meryll Streep, indicada ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por esse filme, como centro da trama. É claro que algumas questões são levantadas por todos os lugares, como a legitimidade da indicação dela ao prêmio por este papel. Mas esses são méritos além da compreensão deste Crítico que vos escreve.

Outro ponto extremamente positivo é o trabalho de imersão do espectador no filme, visualmente falando. Os cenários e efeitos especiais estão incríveis e as roupas, cabelo e maquiagem das personagens (principalmente das personagens de Kendrick e Streep) nos transportam para um universo fantástico em que aquelas histórias igualmente fantásticas, mesmo que regadas por cantorias caóticas, poderiam realmente existir. Palmas para o trabalho de Atwood e Gassner, que, inclusive, foram indicados ao Oscar nas categorias de Melhor Figurino e Melhor Design de Produção, respectivamente.

Em resumo, Caminhos da Floresta é um filme que parece sofrer do mesmo mal que suas personagens, ao entrarem em sua Floresta-tema: começa a se confundir e se perder, quanto mais o tempo passa. Mas isso não tira os méritos já citados e não o abala em sua qualidade de "filme legal".


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