Livre

Wild

SINOPSE
Baseado em uma história real, "Livre" narra a jornada de 1.100 milhas percorridas por Cheryl, em sua caminhada por uma enorme trilha dos Estados Unidos. Em sua trilha ela encontra desafios, pessoas queridas e demonstra que seus objetivos vão muito além do ponto final.

Toda jornada tem um motivo e um objetivo.

Quem acompanha as premiações do Cinema já deve conhecer o trabalho de Jean-Marc Vallée, por sua presença no Oscar 2014, com o filme Clube de Compras Dallas. Na ocasião, o filme teve seis indicações e saiu vitorioso em três delas, sendo Melhor Ator, Melhor Ator Coadjuvante e Melhor Maquiagem e Figurino.

Com Livre (Wild), seu filme seguinte, o investimento em atuações continua alto. É muito improvável que alguém chegue à conclusão de que a atuação de Reese Witherspoon não é digna de elogios. Laura Dern também entrega uma atuação interessante. Uma das evidências de que o trabalho das atrizes está, de fato, digno de elogios, é a indicação de ambas às categorias de, respectivamente, Melhor Atriz e Melhor Atriz Coadjuvante na cerimônia do Oscar 2015.


Baseado no memoir de Cheryl Strayed, "Wild: From Lost to Found on the Pacific Crest Trail", o filme é dirigido por Jean-Marc Vallée e protagonizado por Reese Witherspoon, que contracena com Laura Dern, Thomas Sadoski e outros. A música fica a cargo de Susan Jacobs, enquanto a edição fica a cargo do próprio diretor, acompanhado por Martin Pensa.

Um ponto negativo é a falta de relevância e de ousadia que o roteiro recebe. Além disso, não existe muito empenho em sair da construção padrão de um road movie. Claro que isso delega um pouco de responsabilidade à direção e que recebe um pouco de perdão, por ser baseado em uma história real. O problema é que não existe um empenho em sequer fazer com que o espectador entre na narrativa, a não ser pela qualidade das atuações. As situações dramáticas e situações de tensão são tratadas com a mesma importância que as cenas normais e, consequentemente, recebem o mesmo tempo de tela.


Um outro aspecto da montagem é a ligação entre momentos diversos que tenham algo em comum. Que conversem entre si. Esse aspecto influencia no aumento da facilidade de assimilação do ritmo, mas não ajuda na hora de criar a imersão que o espectador precisa para realmente se importar com as situações pelas quais a personagem passa durante a sua jornada, por mais tensas que pareçam, quando descritas para alguém.

A fotografia e o trabalho de trilha sonora estão de parabéns. Em vários momentos são apresentados planos lindos, com algumas rimas visuais que se estendem durante todo o filme, levando uma grande beleza ao cenário apresentado, mesmo que, em sua maior parte, seja algo desértico.


Enquanto isso, a trilha sonora tem vários pontos altos, com músicas lindas e tocantes, que criam uma história de decadência e sofrimento à parte. Em alguns momentos, a música em si se mostra mais interessante que o próprio filme. São quase como videoclipes melancólicos, mas extremamente interessantes, soltos durante a projeção.

No fim das contas, "Livre" é uma forma comum de contar uma história real, com a mesma estrutura de um road movie "formulaico". Por outro lado, as atuações mostram o bom trabalho que Jean-Marc Valée em direção de atores e a constante apresentação do discurso de empoderamento feminino ajuda a manter o filme lá no alto.

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