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Após perder seu irmão em um incêndio, Hiro conta com a companhia de Baymax e a ajuda de seus amigos para deter um vilão misterioso, que utiliza uma tecnologia inovadora e poderosa, roubada de Hiro.
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Parece que a fórmula do holofote apontado para o Obscuro funciona mesmo.
No ano de 2014, a Marvel Studios apresentou ao mundo um filme baseado na história em quadrinhos de um grupo chamado de Guardiões da Galáxia. Grande parte do acerto do estúdio foi levar aos holofotes um grupo obscuro de seu catálogo, sendo que, assim, não sofreria a menor pressão por causa dos fãs das histórias em relação à sua adaptação para o cinema. O resultado você pode ver AQUI.
Além disso, tendo chegado aqui no final do mês de dezembro, mais uma história da gigante das histórias em quadrinhos foi parar nas telas, mas dessa vez em outro formato e por outro estúdio: Operação Big Hero (Big Hero 6) foi produzido em formato de animação, pelo Disney Animation Studios, estúdio "irmão" do Marvel Studios, que também é propriedade da Walt Disney.
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A animação é dirigida por Don Hall e Chris Williams e o roteiro, baseado nas histórias dos quadrinhos Big Hero, da Marvel, foi escrito por Daniel Gerson e Robert L. Baird. No elenco de dublagem estão Marcos Mion, Robson Nunes, Fiorella Mattheis e Kéfera Buchmann. A trilha sonora é comandada por Henry Jackman e o design de produção, eficaz e interessante, fica a cargo de Paul A. Felix.
A dublagem é algo que, por mais triste que seja, deve ser discutido aqui. Na verdade, é mais triste ainda que, nesse curto parágrafo sobre o tema, não exista espaço suficiente para expressar o desapontamento que a obrigatoriedade da dublagem nas animações (e, em alguns cinemas, em todos os filmes) causa. A situação piora um pouco quando falamos sobre Disney, que exige a presença de figuras famosas no seu elenco de dublagem, mesmo que estas pessoas não sejam do ramo. A boa notícia em Big Hero é que Kéfera (quem, fera?) não causa incômodo algum no papel de Go Go. A má notícia é que não se pode dizer o mesmo sobre Marcos Mion.
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Na verdade, o filme ajuda e atrapalha. Isso acontece por causa do fraco investimento narrativo do longa em suas personagens secundárias. Ao passo que a relação entre Hiro e Baymax e até a de Hiro e seu irmão, no início do filme, sejam ótimas e dêem uma enorme base para o filme, a presença das outras personagens é meramente ilustrativa. Praticamente não há diálogos ou ações que nos façam importar com aquelas pessoas. Infelizmente, escolheram uma personagem para salvar desta condição: O chato e forçado (e dublado pelo Mion) Fred.
Falando em "forçado", já deixo aqui a descrição do fim do terceiro ato do filme, mas, claro, sem spoilers. No desespero para criar um final feliz para seus espectadores juvenis, criou-se um final forçado e construído às pressas, que destoa dos dois primeiros, construídos com muita calma, cuidado e dedicação. É uma despedida duvidosa de uma aventura interessante.
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Em resumo, Operação Big Hero é uma boa animação para começar o ano (apesar de ter estreado no natal) e, apesar de seus pesares, deixa alguma empolgação para possíveis continuações.
Obs.: Chegue cedo na sessão e veja o curta O Banquete, que é exibido antes do filme, que é incrível.