A série gira em torno da vida de dois amigos, um gaio-azul chamado Mordecai e um guaxinim chamado Rigby, ambos empregados como jardineiros no parque municipal. Suas tentativas de fugir do trabalho e se divertir geralmente os levam a aventuras surreais, extremas, e muitas vezes sobrenaturais.
Entrando na mesma linha de “desenhos para todas as idades” (assim como Hora de Aventura), temos aqui Apenas um Show (Regular Show). Criado por J. G. Quintel, o desenho é um daqueles casos em que cada faixa etária entende uma profundidade do enredo.
Ao mesmo tempo, crianças se divertem com as aventuras e problemas de Mordecai e Rigby, os adolescentes se identificam com a vontade de não deixar de ser jovem e os adultos se vêm como “crianças crescidas” e entendem as piadas mais pesadas (que, muitas vezes, as outras duas faixas não entendem).
O desenho possui fortes referências à vida dos anos 80-90. É comum encontrarmos antigas músicas de rock, danças no estilo discoteca, roupas extravagantes e a extrema vontade de ser “descolado”.
Eles moram em uma casa no Parque, lugar onde trabalham. Seus dias se resumem a tentar se divertir ou se entreter durante as entediantes tarefas de cuidar de um parque. Também trabalham nesse lugar Benson (o gerente do lugar), Saltitão (um yeti imortal que sempre ajuda todos a resolverem seus problemas), Musculoso (um humano verde sem higiene e acima do peso), Fantasmão (um fantasma com uma mão na cabeça), Pairulito (filho do dono do parque e chefe do lugar) e Thomas (um bode que é o estagiário).
Nonsense. Essa é a palavra que pode resumir o tipo de diversão da qual estamos falando. Os episódios de Apenas um Show sempre contam com situações improváveis, problemas quase insolúveis, fatos sobrenaturais, seres mágicos, viagens no tempo, artefatos poderosos e pessoas loucas.
Vemos pouquíssimos episódios em que situações normais de pessoas normais acontecem. Talvez isso seja uma forma do autor expressar como ele encarava os problemas em sua vida. O desenho conta ainda com muita ação e lutas à moda antiga (vulgo porrada na cara mesmo).
A dublagem é um dos fatores de maior destaque. Ela conta com profissionais renomados, tanto em português quanto na dublagem em inglês. A intenção era que os personagens soassem naturais, sem aquele escândalo ou vozes irritantes que são frequentes em muitos outros desenhos.
Esse é um dos fatores principais na hora de conquistar o público adulto, que muitas vezes não assiste desenhos por serem “chatos de ouvir”. Como me disseram uma vez, Apenas um Show parece “uma animação de youtube que deu certo”. Ou seja, traços simples, vozes comuns e enredo divertido.
Um fato interessante é que os personagens são todos músicos. É comum que alguns episódios tratem desse tema e criem uma energia de “eu quero tocar!”. A banda Mordecai e os Rigbys já tentou fazer algumas apresentações que não foram muito bem-sucedidas e Benson já foi baterista de uma famosa banda de rock.
Outro ponto curioso a se destacar são os objetos que costumam voltar a aparecer em outros episódios, como a máquina do tempo, o boné “Eu sou Ovocelente (I’m Eggscellent)”, a Luva-que-é-o-máximo, O Russo e Os Punhos da Justiça, dentre outras coisas que não têm muito sentido.
Apenas um Show não é apenas um show. É um desenho único e com uma excelente proposta. Cada episódio diverte com uma simplicidade que o torna um desenho interessante para todas as idades.
"OOOHHHHHHH"