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Quando um vídeo constrangedor de Laura Barns cai na internet, a menina tira a própria vida no pátio da escola. Um ano depois, um grupo de seis amigos conversam via Skype e percebem que há uma sétima pessoa desconhecida na vídeoconferência, que revela ser sua ex-colega de classe, Laura, exigindo saber quem postou o vídeo que a levou à morte.
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A juventude é uma época de muitos erros. Quem de nós não fez coisas, quando mais jovem, das quais se arrepende atualmente? Esta não é sequer uma pergunta nova, considerando que até mesmo Jesus Cristo provocava seus contemporâneos a partir de variações dela. Amizade Desfeita (Unfriended) levanta, entre outras, esta questão. Mas faz isso de forma dura e agressiva.
O filme é escrito por Nelson Greaves, dirigido por Levan Gabriadze e tem seu elenco composto por Shelley Hennig, Moses Storm e Renee Olstead, entre outros. A fotografia é dirigida por Adam Sidman. Os créditos musicais vão para Mark Denis, mas apenas pela trilha do trailer.
A produtora Blumhouse, responsável por este filme, está se tornando famosa por sua participação em projetos inventivos, rentáveis e que refletem a forma como nos comunicamos hoje em dia. Entre seus feitos, trouxe de volta o formato de found footage com o filme Atividade Paranormal, exibiu este ano um curta-metragem inteiro no Periscope (você pode conferí-lo aqui) e agora, com Amizade Desfeita (Unfriended), apresenta uma trama inteira a partir de, quase exclusivamente, uma tela de computador.
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A trama se inicia de forma muito instigante, uma vez que não sabemos se a presença da figura misteriosa que invade a conversa dos seis amigos se trata de um hacker ou de um espírito. A única certeza que temos é de que ela está atrás de um acerto de contas. Isso deixa as coisas muito interessantes, levando o espectador várias vezes a teorizar se este é um filme de suspense virtual ou de terror paranormal. A ameaça passa o tempo todo virando as personagens umas contra as outras revelando segredos comprometedores, o que deixa a situação ainda mais angustiante.
É uma pena que, logo pela metade do filme, esta atmosfera seja jogada no lixo e a melhor parte da trama seja abandonada. Ainda nos restam os segredos daquelas pessoas e a indagação sobre o motivo daquela situação estar ocorrendo, mas não há mais o mistério. O filme se transforma em uma contagem regressiva (tanto de tempo quanto de personagens) e vai se entregando e seguindo pelos caminhos mais fáceis.
A trama trata, ainda, de um assunto muito relevante na atualidade: humilhações públicas na internet e suas consequências para as vítimas. Ao contrário da década passada, por exemplo, hoje em dia a noção de responsabilidade no meio virtual é muito mais presente. Felizmente, este tipo de discussão deixou de ser ignorada pelas pessoas e passou a ser levada a várias esferas da sociedade, a partir dos mais diversos focos e mídias. A cada passo que damos em direção às causas do suicídio de Laura Barns, esta discussão fica mais intensa entre as personagens.
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Por se tratar de um filme que de passa dentro de uma tela de computador, a trilha sonora é inteiramente escolhida pela protagonista do filme, que escolhe as músicas diretamente de suas playlists no Spotify. A impressão é de que o filme chegaria a funcionar melhor quando visto em home video, no computador mesmo, do que no cinema. Chega a ser uma relação de metalinguagem, para aqueles que decidem ver o filme em casa.
Amizade Desfeita é um filme de terror que merece ser visto, ainda que abandone seu fator narrativo mais interessante muito cedo. Mesmo que o filme cobre um alcance dramático que seu elenco não tem e pareça meio forçado algumas vezes, ainda tem bons momentos entre as personagens. Acima de tudo, sua mensagem e seu formato, ambos totalmente relevantes na atualidade, garantem que o ingresso seja bem aproveitado, mesmo para aqueles que não são grandes fãs do gênero.