SINOPSE
Em uma de suas viagens, o narrador se hospeda no Grande Hotel Budapeste e conhece Zero, o milionário e solitário dono do estabelecimento. Em uma conversa a fim de conhecer melhor a figura, o narrador descobre como Zero se tornou dono do peculiar hotel.
Quando a memória é nossa maior riqueza.
Wes Anderson não é um novato na arte de fazer filmes e mostra isso muito bem em seu novo filme. Fazendo, desta vez, a adaptação de um livro, o diretor se mostra muito à vontade no comando das câmeras, pra variar. E quem não ficaria, com o elenco sensacional a seguir? O filme tem Ralph Fiennes, Willem Dafoe, Edward Norton, Tilda Swinton, Harvey Keitel e por aí vai.
Se você não conhece Wes Anderson, procure por alguns filmes recentes como O Fantástico Sr Raposo e Moonrise Kingdom. A partir destes dois filmes já é possível reconhecer algumas das assinaturas estéticas que Wes insere em seus filmes. As mais famosas são as suas paletas incríveis de cores, o side scrolling e alguns de seus planos, que valorizam muito a simetria.
No Grande Hotel Budapeste, o cara brinca um pouco com essas assinaturas, assim como em Moonrise Kingdom. Por estarmos ouvindo a história de alguém que ouviu a história de uma terceira pessoa, algumas coisas se perdem, outras aumentam e outras se estilizam, como em um telefone sem fio.
Apesar de ter gostado bastante, existe um momento em que o ritmo do filme diminui de forma muito perceptível, cansando um pouco o espectador. Nada impossível de aturar. Aliás, estes momentos acabam até sendo interessantes se o espectador toma um tempo para observar as personagens, sempre construídas a partir do ponto de vista do narrador (Zero, no caso). A maioria deles é muito cotidiana e acaba nos fazendo lembrar de alguém que conhecemos, como bons personagens fictícios de uma história que quer parecer crível precisam ser.
Em resumo, O Grande Hotel Budapeste não é um filme para todos os públicos, mas tende a atingir e agradar a todos aqueles que procuram uma boa história, mas que não se incomodam em olhar um pouco além do aspecto narrativo. É muito improvável que alguém não repare em como a fotografia e trilha sonora desse filme são sensacionais. Com um elenco sensacional, momentos memoráveis e personagens com idiossincrasias muito humanas, é um must-see de 2014.