A Entrevista

SINOPSE
Aaron Rapaport é um produtor executivo de um "talk show" apresentado por seu amigo, Dave Skylark. Juntos, os dois amigos decidem entrevistar Kim Jong-un, o líder coreano que apresentou potencial para destruir toda a Costa Leste norte americana, e acabam envolvidos em um plano para matar o presidente da Coréia do Norte.



Uma metalinguagem não proposital.

Muito se falou sobre ataques feitos por hackers à Sony no mês de novembro. É muito possível que, se não fosse por isso, seriam grandes as chances de o filme A Entrevista não chamar muita atenção do grande público (e até mesmo da crítica especializada).

O filme é dirigido por Seth Rogen e Evan Goldberg e tem James Franco e Seth Rogen como protagonistas, contracenando com Randall Park, Lizzy Caplan e Diana Bang. A trilha sonora é comandada por Henry Jackman e a fotografia é resolvida por Brandon Trost.

Seth Rogen e James Franco já são conhecidos de longa data do público que procura um tipo de comédia pastelão. Apesar de sempre incluírem várias referências à Cultura Pop, o teor de filmes como Segurando as Pontas e É o Fim é totalmente escrachado e, até mesmo, vulgar.


A Entrevista (The Interview) segue a mesma linha, mas vai além do pastelão, possui muitas referências interessantes. O filme mexe com figuras políticas, cujo relacionamento com a opinião pública é consideravelmente sensível, como é o caso do vilão do filme: Kim Jong-Un.

Aliás, o retrato feito pelo filme do conhecido regente da Coréia do Norte é digno de nota. Os caras criaram um personagem manipulador e perigoso, que tem um contato - meticulosamente calculado - com a mídia e passa uma imagem para seu povo de um deus, que não faz xixi e nem cocô.

Tecnicamente, o filme não é nada espetacular. Tirando a trilha sonora (tanto incidental quanto musical), que faz seu trabalho muito bem, a maior parte do mérito é puramente da proposta que, apesar de tratar de um assunto sério, não se leva a sério em momento algum e entrega diversão e risadas sobre seus temas.


Durante o mês de dezembro de 2014, o debate sobre os ataques à Sony se intensificou. Mais de um terabyte de informações roubadas - incluindo, ao menos, cinco filme inéditos da produtora - já vazaram na internet. Ao passo que o envolvimento do governo norte coreano ainda não foi comprovado, as ameaças se tornaram mais difíceis de serem combatidas.

O grupo chamado de GOP (sigla para Guardiões da Paz, em inglês) ameaçou atacar as salas de cinema que exibissem o filme e partiu para ameaças mais graves, fazendo menção aos atentados de 11 de Setembro de 2001, e dizendo que "O Mundo será tomado pelo medo".

É engraçado e irônico que, logo um filme despretensioso como A Entrevista, se torne um sucesso de comentários nas redes sociais justamente pela interferência de um fator externo ao longa, que, coincidentemente, também é o principal tema tratado: a influência da mídia.

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