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Anastasia Steele é uma estudante de literatura de 21 anos, recatada e virgem. Uma dia ela deve entrevistar para o jornal da faculdade o poderoso magnata Christian Grey. Nasce uma complexa relação entre ambos: com a descoberta amorosa e sexual, Anastasia conhece os prazeres do sadomasoquismo, tornando-se o objeto de submissão do sádico Grey.
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Sobre Crepúsculo e Masoquismo.
Baseado no best-seller homônimo de E.L. James, o roteiro é escrito por Kelly Marcel e dirigido por Sam Taylor-Johnson. No elenco principal, estão Dakota Johnson e Jamie Dornan. Danny Elfman é responsável pela trilha sonora, enquanto Seamus McGarvey coordena a direção de fotografia e David Wasco nos serve com sua direção de arte.
Antes de direcionar o foco ao filme, em si, que é o objeto desta (não) Crítica, já fica aqui o disclaimer: o autor deste texto não leu a série de livros e não tem qualquer opinião em relação aos mesmos, então não existe qualquer construção de julgamento em relação ao nível de fidelidade que existe entre o filme e o livro.
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A fotografia de McGarvey e a direção de arte de Wasco, por exemplo, são espetáculos que não mereciam estar no mesmo lugar que este roteiro. A brincadeira é sensacional, mostra o universo no qual Anastasia está inserida com uma diversidade enorme de cores (seja nos objetos ou no filtro utilizado), enquanto o universo que envolve Christan Grey é cinzento, com algumas variações para preto ou branco.
A trilha sonora que acompanha o longa-metragem também é admirável. Vai de Frank Sinatra a Beyónce e foge propositalmente da temática do filme, para não se tornar apenas uma "trilha sensual". É arriscada, mas consegue cumprir muito bem o seu papel, no fim das contas.
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Mas, uma vez que estes aspectos são notados e devidamente elogiados, o resto cai ladeira abaixo. Começando pelo enredo, que parece se aproveitar do aspecto mais bobo da Saga Crepúsculo: a monstruosidade, sedutora e intimidadora, que se esconde no mocinho bonito para a protagonista sem graça. Além de ser uma premissa nada interessante, a não ser para as garotinhas sonhadoras que tem como objetivo de vida "consertar um desajustado e conseguir seu amor eterno", o conjunto da obra não ajuda a vendê-la.
Dakota Johnson e Jamie Dornan não estão atuando mal, mas o roteiro que os foi entregue é tão... frustrante, que nenhum dos dois consegue entregar uma performance acima do esperado, considerado apenas "ok".
Os protagonistas não parecem ter o nível necessário de química ou conforto para entregar uma relação crível, que seria necessária para o sucesso da obra. Além disso, existe um vai-e-vem doentio que funcionou perfeitamente em Garota Exemplar, porém, falhou em Cinquenta Tons de Cinza. Para completar, as cenas de sexo são sempre iguais e muito bobas (não há nada explícito e, em questão de ritmo e coreografia, a monotonia é o que reina).
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Em resumo, CinquentaTons de Cinza é um filme que tem contraste: é uma história com um ritmo ruim, que mantém um ótimo nível de qualidade técnica. Se você leu até aqui, imagine o longa como esta (não) Crítica: grande, não exatamente agradável, mas que tem algo que te segura até o final.