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SINOPSE
Torne-se um bruxo, um dos últimos caçadores de monstros por recompensa. Encontre a criança da profecia, uma arma viva capaz de destruição indescritível. Viaje por reinos assolados pela guerra e cace criaturas lendárias. Explore cidades tomadas pela corrupção e embarque par a ilhas selvagens, onde vivem clãs de guerreiros náuticos. Em um mundo à beira da desordem, as suas ações moldam a história.
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A CD Projekt Red, produtora e desenvolvedora polonesa de Witcher 3, é exemplo para a indústria de jogos, respeitando o jogador e entregando um conteúdo completo. Wild Hunt foi anunciado em fevereiro de 2013 e depois de anos em produção entregou aquilo que havia prometido: um mundo aberto vasto e repleto de missões e histórias secundarias, personagens com características únicas e bem desenvolvidas, enredos e narrativas com nível TellTale de ser.
Antes de continuarmos, acho importante deixar claro que não conclui The Witcher 2 e não joguei Witcher 1. Embora eu concorde que dessa forma tive uma experiência incompleta, ainda assim consegui compreender parte do cenário de The Witcher 3 e entender perfeitamente a história que Wild Hunt conta. Esse texto pode inclusive servir como base para aqueles como eu, que não jogaram os demais jogos da franquia e podem se sentir indecisos em adquirir o jogo.
Antes de continuarmos, acho importante deixar claro que não conclui The Witcher 2 e não joguei Witcher 1. Embora eu concorde que dessa forma tive uma experiência incompleta, ainda assim consegui compreender parte do cenário de The Witcher 3 e entender perfeitamente a história que Wild Hunt conta. Esse texto pode inclusive servir como base para aqueles como eu, que não jogaram os demais jogos da franquia e podem se sentir indecisos em adquirir o jogo.
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Histórias adaptadas em mundos medievais costumam se manter em zonas seguras, temos os mesmos arquétipos de personagens rasos e a ambientação com pouca profundidade, é normal que NPCs vivam suas vidas em torno dos acontecimentos que envolvem os personagens principais da história e é banal o método de tornar o conteúdo adulto apenas por adicionar violência ou aqueles clássicos dilemas de uma pseudo idade média.
Recentemente a cultura pop teve o deleite de conhecer um bom exemplo de história elaborada em política, sexo, manipulação e as vezes capa e espada, falo de Game of Thrones e acredito que você, leitor, pode concordar comigo: essa serie/livro foi um novo fôlego para mundos de fantasia.
Recentemente a cultura pop teve o deleite de conhecer um bom exemplo de história elaborada em política, sexo, manipulação e as vezes capa e espada, falo de Game of Thrones e acredito que você, leitor, pode concordar comigo: essa serie/livro foi um novo fôlego para mundos de fantasia.
Agora, qual o motivo de eu elogiar Game of Thrones e não ir ao ponto: Witcher 3? Bem, enquanto escrevia esse texto, reparei em alguns comentários esporádicos da internet que me chamaram a atenção, a comparação que The Witcher 3 é o Game of Thrones dos videogames. Embora eu ache desnecessário compararmos a experiência de uma mídia completamente passiva como a televisão a outra ativa semelhante aos videogames (pois em jogos nos envolvemos e participamos diretamente no desenvolver do enredo), acredito que essa comparação foi válida quando reparei em alguns aspectos do jogo e no cenário de Game of Thrones.
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O mundo de Witcher é uma fantasia e, ao mencionar que é de gênero RPG, muito provável que sua mente se preencha com dragões, criaturas mitológicas, magias e espadas, com isso talvez surja também uma história contando com um inimigo comum e talvez um grupo de aventureiros. Posso arriscar em dizer que talvez você não tenha inserido junto ao gênero RPG a ideia de pessoas reais com dificuldades cotidianas, camponeses que se preocupam mais em encontrar sua frigideira que a ameaça de um inimigo trajando uma armadura pontiaguda e a relevância de problemas maiores como o impacto de uma guerra ou simplesmente a fome e a repressão de um barão local.
A semelhança entre Witcher e Game of Thrones é a profundidade do cenário e seu mundo que beira. Quando associamos Witcher ao RPG de magia e espadas estamos corretos nessa ligação, mas imagine que existe também um mundo tangível com personagens e pessoas com tormentos que não giram em torno do protagonista e sim vivem seus próprios dilemas. Seu papel como bruxeiro e jogador é resolver sua missão pessoal e talvez aliviar a vida cruel desse mundo.
A semelhança entre Witcher e Game of Thrones é a profundidade do cenário e seu mundo que beira. Quando associamos Witcher ao RPG de magia e espadas estamos corretos nessa ligação, mas imagine que existe também um mundo tangível com personagens e pessoas com tormentos que não giram em torno do protagonista e sim vivem seus próprios dilemas. Seu papel como bruxeiro e jogador é resolver sua missão pessoal e talvez aliviar a vida cruel desse mundo.
Cada missão em Witcher 3 conta uma história com desdobramentos intrigantes ou cômicos. A obra é adaptada de uma série de livros poloneses, recheada de personagens e diversos elementos de fantasias. Mais de 200 horas de conteúdo são um prato cheio pra quem gosta do gênero. Imagine batalhas contra grifos ou encontros aleatórios com um perigoso wyvern e que mesmo após concluir a história principal e “zerar” o jogo, ainda é possível enfrentar diversos monstros, explorar cavernas e tudo que o pacote de contratos de bruxo inclui.
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A missão principal é encontrar Cirila, treinada por Geralt e tida como sua filha, Ciri (como é chamada) possui o sangue ancestral e por isso é perseguida pela ameaçadora caçada selvagem - um grupo de guerreiros que são o preludio da guerra – a trama contem diversos personagens que se envolvem na busca de Geralt por sua filha. Nesse caminho contribuímos na ascensão de um novo rei ao auxilio de magos que sofrem perseguições. Não há pontas soltas em Witcher 3.
Mas nem só de enredo e gráficos os jogos são feitos. Existe também a mecânica que influencia diretamente na jogabilidade e, dessa forma, encontramos o que pode ser o único problema em Witcher 3: a movimentação. O controle do personagem é complicado e acaba atrapalhando nos momentos iniciais e, até que o jogador se acostume e aprenda a lidar melhor com algumas situações, é comum que Geralt haja como um carro desgovernado topando de cara em muros e fazendo curvas longas e desajeitadas.
No entanto, essa mesma movimentação tem seu ponto forte: os combates. A forma como Gerald manuseia a espada é floreada, cheia de leveza e é visualmente interessante. É divertido passar várias horas enfrentando os diferentes tipos de inimigos e monstros com as sequências de combos relativamente cinematográficas que o jogo possui.
No entanto, essa mesma movimentação tem seu ponto forte: os combates. A forma como Gerald manuseia a espada é floreada, cheia de leveza e é visualmente interessante. É divertido passar várias horas enfrentando os diferentes tipos de inimigos e monstros com as sequências de combos relativamente cinematográficas que o jogo possui.
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Atualmente a versão básica do jogo em mídia física acompanha o CD com a trilha sonora original (lembra quando mencionei o conteúdo completo que a CD Projekt Red entrega?), essa trilha combina perfeitamente com o jogo e ajuda na imersão da fantasia medieval, as músicas contam com uma espécie de cântico celta além das trilhas que engajam na exploração e batalhas.Vale ressaltar que a versão brasileira recebeu uma dublagem em português que, diferente de casos recentes, não se perde na tradução deixando a desejar em diálogos e coerência.
Por fim, The Witcher 3 é capaz de conquistar até os menos envolvidos com videogames, apenas por suas histórias e personagens. Semelhante a acompanhar uma boa série de TV, seu interesse pela trama pode surgir já nos primeiros minutos. Ainda é cedo para afirmar se The Witcher 3 é o melhor jogo de 2015, mas com certeza é o maior RPG ocidental desse ano e merece sua atenção.