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Nos dias 3, 4, 5 e 6 de dezembro de 2015 aconteceu a segunda edição da CCXP, que já foi consideravelmente maior que a primeira. Grandes empresas de entretenimento; como a DC, a Netflix, a Fox, a Warner e até mesmo a Disney; deram as caras e acreditaram no evento, trazendo muito conteúdo e algumas novidades que, a princípio, são exclusivas para os presentes.
Parte da equipe do Críticos de Coisa Nenhuma estava lá e agora vamos destacar, em uma série de três posts, quais foram os pontos mais marcantes.
(Guia oficial do evento com a arte de Frank Miller)
Painéis, convidados e atrações incríveis
Os diversos painéis, apresentados em três (quatro, contando com o Business Summit) auditórios diferentes, foram os carros-chefes desta edição, com destaque para o Auditório Cinemark, que acomodava por volta de 2.500 pessoas.
Diversos temas foram apresentados, com convidados dignos de celebração. Tendo o Auditório Cinemark como base, por ter a maior quantidade de painéis internacionais e fãs histéricos, podemos destacar alguns e fazer uma pequena estimativa do nível do evento.
Na quinta-feira tivemos uma interessante discussão sobre o filme brasileiro Reza a Lenda, carinhosamente apelidado de "Mad Max do Sertão", com a presença de Cauã Raymond e Homero Olivetto, diretor do filme. Foi uma interessante discussão sobre este universo ficcional que possui uma forte inspiração da cultura POP, principalmente em HQs e animes como Afro Samurai. Apesar disso, Olivetto afirmou que o longa possui um pé muito firme na realidade e na cultura brasileira.
Um dos pontos altos do dia foi a presença de grandes nomes dos quadrinhos, como Jim Lee, Dan Didio e Ivan Reis, falando sobre novidades e bastidores da DC Comics. Foram discutidos temas muito importantes como diversidade sexual e o empoderamento feminino nas HQs. O painel funcionou muito bem, com os convidados utilizando pontos de tradução no ouvido e os espectadores acompanhando a conversa a partir da tradução simultânea feita no telão.
A sexta-feira foi marcada por momentos intensos, porque a programação começou a esquentar para os dias do fim de semana. O painel de tributo a Frank Miller teve muita conversa sobre coisas das quais o autor se orgulha e se arrepende, além de ter nos revelado que está trabalhando com um projeto intitulado Sin City: 1945. Ao fim do painel, um momento de interação entre um fã e Miller dividiu o auditório: o rapaz dizia ter ficado viciado em quadrinhos a partir de uma obra de Miller, deixando algumas pessoas emocionadas com a declaração, especialmente quando o artista topou autografar a obra em questão e tirar uma foto com o rapaz. Por outro lado, outros espectadores ficaram incomodados, afinal Frank Miller teria uma sessão de autógrafos logo a seguir, às 18:30, e alguns fãs haviam chegado de madrugada no evento apenas para conseguir um autógrafo de seu ídolo.
Também houve um tributo a Jim Lee, que falou de seu trabalho e brincou com a polêmica Marvel vs. DC, se mostrando mais inclinado para o lado da DC Comics. No fim de seu painel, surpreendeu os fãs com um pôster muito bacana, desenhado por ele naquela mesma hora, com os hashtag #ComeToBrasil, que um sortudo levou de presente para casa.
Para finalizar o dia, o evento levou grandes convidados para o painel das séries originais da Netflix, o mais aguardado do dia. Uma curiosidade bacana é que a CCXP é a única Comic Con no mundo a ter a presença da empresa. No palco, em momentos separados, estavam Krysten Ritter e David Tennant, para falar sobre Jessica Jones, e Aml Ameen, Jamie Clayton e Alfonso Herrera para falar sobre Sense8. Todos os convidados estavam visivelmente felizes por estarem ali e receber toda a energia que o público passava (acredite, não era pouca) e o resultado era um ambiente único para os dois lados.
Além de vídeos dos bastidores das duas séries, foram mostrados trailers exclusivos da segunda temporada de Demolidor, um especial de Marco Polo e o novo filme de O Tigre e o Dragão. Teria sido um momento extremamente épico, se não fosse o desconforto no final do painel de Jessica Jones (que será comentado logo abaixo).
Sábado foi o dia da Disney brilhar. Tivemos a pré-estréia exclusiva do filme O Bom Dinossauro e logo a seguir um painel muito interessante com Peter Sohn, o diretor e idealizador do filme. Sohn contou um pouco de sua história e mostrou como a Disney se preocupa com cada detalhe visual de seus filme, para que a experiência de imersão do público seja fiel e ao mesmo tempo divertida. Os Barbixas (Anderson Bizzocchi, Daniel Nascimento e Elidio Sanna) deram o ar de suas graças no palco para anunciar que seriam dubladores de três personagens do filme.
No próximo painel, Rodrigo Lombardi entrou em cena para apresentar novidades sobre o divertidíssimo Zootopia, no qual dublará um protagonista ao lado de Monica Iozzi. Depois de assistirmos a várias cenas engraçadas, Ricardo Boechat apareceu de surpresa para apresentar Boi Chá, um personagem que foi criado exclusivamente para o Brasil e que aparecerá apenas na versão nacional do filme.
O painel (muito esperado) de Guerra Civil contou com um trailer extendido recheado de maravilhosas cenas de ação, com direito a aparições do Pantera Negra, do Visão e do Homem Formiga. Infelizmente, Anthony Russo, diretor do filme, falou que provavelmente veremos o Homem Aranha apenas nos cinemas.
O painel de Star Wars - O Despertar da Força provavelmente era mais esperado da noite. O produtor Bryan Burk não revelou nada de novo, mas falou bastante dos bastidores e de como foi legal acompanhar o choque de gerações, onde atores que eram fãs de todo aquele universo agora estavam inseridos nele para contar uma nova história.
Após o show da Disney, Evangeline Lilly subiu ao palco e esbanjou simpatia. Revelou ser uma "Tolkien Geek" e , apesar de saber da polêmica de sua personagem Tauriel em O Hobbit, adorou fazer o papel. Ela contou ainda que gosta do final de Lost e que, antes de O Homem Formiga, nunca tinha visto um filme de super-heróis e, a princípio, não estava interessada no papel de Hope. Lilly, que na CCPX para apresentar seu novo livro, Os Molambolengos, afirmou que sua maior paixão é escrever.
A atriz conversou com várias pessoas durante o momento de perguntas abertas ao público e passou por uma situação parecida com a de Frank Miller, quando uma fã se levantou para fazer uma pergunta e acabou pedindo um autógrafo. Ao contrário de Miller, Lilly perguntou para a platéia: "quantos de vocês estão com o meu meu livro aqui e agora e gostaria de receber um autógrafo?" e, após observar algumas centenas de mãos levantadas, ela virou para a fã e disse: "desculpe, eu não posso fazer isso, seria uma injustiça com eles", resposta que foi muito aplaudida por todos. Acredite, não foi uma postura arrogante, uma vez que ela estava autografando e tirando fotos com os fãs duas vezes por dia, durante todos os dias de evento.
Além dos painéis, vários outros convidados estavam fazendo sessões de autógrafos e fotos (alguns pagos e alguns de graça), aumentando ainda mais a interação com o público. É claro que as filas eram quilométricas e duravam horas, mas não havia uma pessoa sequer sem um sorriso gigantesco no rosto ao sair dessas filas com um autógrafo na mão e uma fotografia no celular.
Despreparo nos painéis
Não é possível que não houvesse orçamento para contratar um apresentador sequer para os painéis mais importantes. Durante todo o tempo, a falta de preparo de toda a equipe do Omelete na apresentação dos painéis ficava muito visível.
No painel da Sony, por exemplo, Forlani passou por momentos embaraçosos ao falar sobre o filme A Quinta Onda. É claro que a equipe inteira deixou tudo ainda pior, já que ele pedia um vídeo e o resultado na tela era sempre outro totalmente diferente. O lado bom foi que, em certo momento, ele percebeu a situação em que estava, abandonou o nervosismo e abraçou o lado cômico da sua posição. A performance funcionou muito melhor depois disso.
O que talvez mais tenha evidenciado o despreparo da equipe do Omelete foi a situação extremamente desconfortável que envolveu Érico Borgo, o público e os atores convidados de Jessica Jones no painel sobre as séries originais da Netflix. Em sua totalidade, o painel teria duas horas de duração, sendo basicamente pouco menos que uma para falar sobre Jessica Jones e uma dedicada a Sense8, já que eles mostrariam conteúdo exclusivo de outros originais Netflix. Mas isso não ocorreu.
O problema teve início quando, no painel de Jessica Jones, Borgo pediu para Krysten contar algo sobre os bastidores e ela, super empolgada, decidiu que preferia mostrar ao invés de contar. As luzes se apagaram, mas o vídeo não rodou. De volta ao palco, o "apresentador" decidiu abrir o espaço para o famoso Q&A com o público. Como estava acontecendo em todos os outros painéis, as pessoas correram para o lado do palco para formar a fila de perguntas. Nessa hora, Borgo se irritou, dizendo que já havia pedido para não haver nenhum tipo de concentração de pessoas perto do palco, que isso poderia "queimar" o evento com a equipe da Netflix. Mandou (sim, mandou) que todos se sentassem e ameaçou (assim como tinha feito antes do painel começar), que encerraria as atividades caso aquilo continuasse.
Após a segunda pergunta, de uma garota que queria ser atriz e pediu algumas dicas, Krysten Ritter respondeu com o máximo de carisma, deu várias dicas bacanas mas, quando Tennant começou a se preparar para responder, aconteceu o que ninguém (ninguém mesmo, aparentemente) esperava: Borgo (ao ver um suposto movimento de gente se dirigindo ao palco novamente) anunciou que o painel tinha acabado, agradeceu a presença dos atores e pediu educadamente para que eles saíssem do palco. A surpresa foi tanta que o próprio Tennant ficou sem entender o que estava acontecendo e saiu, com um misto de decepção e confusão (sentimentos, aliás, comuns a todos que estavam no auditório).
Após o ocorrido, todos esperavam algum tipo de comunicado oficial sobre o que havia acontecido ali. Porém o que chegou ao público foi um trio de tweets, postados no dia seguinte direto do alto da torre de concreto de Érico Borgo, chamando o público (especialmente os whovians - fandom de Doctor Who), que ficou indignado com os tristes acontecimentos do painel da Netflix, de "burros" e "ovos podres". Borgo parece ter levado as críticas para o lado pessoal e adicionado mais uma camada de atrito ao conflito, ao invés de remover a já existente.