Tartarugas Ninja


SINOPSE
April O'Neal é uma repórter iniciante que, ansiando por grandes matérias em uma Nova York aterrorizada por uma organização maligna chamada Clã do Pé, passa a investigar supostos vigilantes que enfrentam os criminosos de forma misteriosa.


"– Somos tartarugas.
– Mutantes.
– Ninjas!
– E, tecnicamente, adolescentes.
– Tartarugas Mutantes Adolescentes Ninjas?
– Ok. Falando assim parece ridículo."

Depois de vinte anos longe das telonas, as tartarugas mais carismáticas da cultura pop saem novamente de seus esgotos para lutar contra o crime e defender Nova York das forças do mal. Não é o melhor retorno que se podia esperar, mas parece ter sido o suficiente.

Estão presente no elenco Megan Fox, Will Arnett, William Fichtner, Alan Ritchson, Noel Fisher, Danny Woodburn, Jeremy Howard e Pete Ploszek.

Jonathan Liebesman é o responsável pela direção do filme e o brasileiro Lula Carvalho é o diretor de fotografia. Um dos produtores é ninguém mais e ninguém menos que o senhor Michael Bay. Para quem não o conhece, algumas produções de referência são: a franquia Transformers e Armageddon.

É praticamente impossível, aos olhos mais atentos, não notar a influência que estes filmes têm sobre o primo mais novo e inexperiente. Tartarugas Ninja é, basicamente, um Transformers da zoeira. O estilo de ação dos filmes de Michael Bay está lá, mas com um adicional de alguns momentos de risadas sinceras por causa do carisma do quarteto.

Infelizmente, Tartarugas Ninja parece estar atrasado no tempo. O filme possui um visual bacana, mas os personagens parecem estar mal texturizados e mal renderizados. Em alguns momentos que há interação com humanos, é perceptível uma certa estranheza. Em outros casos, lembra muito um game. Depois de mega produções como Superman, Star Treck, Vingadores e, atualmente, Guardiões da Galáxia, o que se espera de um filme de heróis são efeitos visuais incríveis, e que isso melhore a cada novo longa-metragem.


Outra coisa que deixa qualquer espectador triste é a falta de carinho da equipe como um todo. O filme está recheado de erros de continuísmo, alguns grosseiros como, por exemplo, um momento que a musa April acaba de surfar no esgoto e sai totalmente seca. Você também verá claramente as cenas em que foram utilizadas cordas e o que, provavelmente, foi a chuva mais falsa que já se viu nessa nova geração dos cinemas.

Com a intenção de ser um grande blockbuster, a Paramount tentou abraçar todos os públicos: dos mais novos, que nunca ouviram falar nos heróis; aos mais velhos, que já eram fãs desde pequenos. A falta de segmentação foi um erro grave, acabou deixou o filme em um desagradável meio termo. Não surpreende nenhum dos alvos.

Tartarugas Ninja teve o grande azar de sair pouco tempo depois do concorrente Guardiões da Galáxia, ambos tem a mesma proposta cômica de heróis galhofeiros e, coincidentemente, trazem referências as narrativas utilizadas nos anos 80. A diferença é que no caso das tartarugas, a trama se desenvolve do mesmo jeito que um filme oitentista. Guardiões faz suas devidas homenagens e referências, mas sempre sai do clichê com uma piada, para mostrar que está brincando com a situação.

O Enredo é em parte previsível, em parte descomprometido com a história. Deixa muito a desejar. Você precisa ter um nível de suspensão de descrença muito alto para aceitar tudo que lhe é dito. Por outro lado, o filme não precisou apelar para três horas de duração, conseguiu contar toda a origem e tratar da trama em apenas 1h40, sem que ficasse corrido demais.


Mas não desanime ainda, nem tudo está perdido. Caso você não saiba, a HQ Teenage Mutant Ninja Turtles foi criada por Kevin Eastman e Peter Laird, em uma noite de bebedeiras. A intenção deles era fazer uma paródia, trabalhada na zoeira, dos quadrinhos que eles mais gostavam, principalmente Demolidor e Ronin. Esses aspecto de descontração divertida e a brincadeira com outros superheróis foram mantidos no filme.

As batalhas trazem a mesma fotografia de Transformers (e grande parte dos efeitos sonoros também) com um toque de Pacific Rim, isso significa que apesar de ser uma loucura rápida, agora você consegue entender, acompanhar e se empolgar com que está acontecendo. O vilão Destruidor está com uma armadura incrível, que é muito bem explorada em cada luta.

Um fator positivo e nostálgico, é a personalidade e caracterização de cada personagem. Mestre Splinter rouba várias cenas com sua força e sabedoria sem limites. Leonardo é o líder: responsável obediente e focado. Suas roupas lembram a de um samurai. Raphael é o rebelde: mal humorado, acha que entende tudo e é muito bom de briga. Donatello é o nerd: inventor e responsável por todos os aparatos tecnológicos do grupo. Carrega vários gadgets pendurados pelo corpo. Por fim, Michelangelo é o brincalhão: viciado em videogame, skate e pizza. É o maior alívio cômico entre as quatro, responsável por grande parte das piadas.


Em resumo é um bom filme, com diversão garantida, e certamente vale a pena ser visto. Ainda assim, é uma pena sair do cinema e perceber que ele tinha potencial para ser muito melhor. Se você era fã, se prepare para tomar uma boa dose de nostalgia. O jeito agora é esperar por uma continuação de Tartarugas Mutantes Adolescentes Ninjas, torcendo para que ela possa ser uma superprodução. 

Cowabunga!

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