Jogos Vorazes: A Esperança - Parte I

SINOPSE
Escondida com seus companheiros nos restos subterrâneos do Distrito 13, Katniss descobre que seu último ato de revolta contra os Jogos inspirou uma série de movimentações em diversos distritos. A fim de resgatar Peeta, prisioneiro da Capital, Katniss concorda em virar o Símbolo da Revolução em uma série de vídeos de propaganda, sob a orientação da Presidente Alma Coin e do engenhoso Plutarch Heavensbee, para mobilizar os distritos contra A Capital.




Uma Mentira contada mil vezes torna-se verdade.

Jogos Vorazes: A Esperança - Parte I (The Hunger Games: Mockingjayé o terceiro filme da série de livros criada por Suzanne Collins a ser adaptado para o cinema, sendo precedido por Jogos Vorazes e Jogos Vorazes: Em Chamas. A série literária conta com três volumes, mas, seguindo a onda criada por Harry Potter e as Relíquias da Morte, o último livro da série foi dividido em dois filmes.

Sendo o segundo da franquia a ser dirigido por Francis Lawrence, o filme tem Jennifer Lawrence, Phillip Seymour Hofmann, Donald Sutherland e Josh Hutcherson novamente nos papéis de destaque, contracenando com novidades como Julianne Moore, Natalie Dormer e Mahershala Ali. A música é comandada por James Newton Howard. 

A menção à direção de arte é necessária, e, mais uma vez, é coordenada por Phillip Messina. Ele está de parabéns pelos três filmes, até agora. No terceiro longa, as rotineiras cores vivas e festivas da Capital, que contrastava com os tons acizentados e decadentes dos distritos, agora dá lugar aos mesmos tons cinzentos, guardadas as devidas proporções. O que era espalhafatoso e festivo, como o próprio porta voz da TV Capital, Caesar Flickerman (interpretado muito bem por Stanley Tucci), agora possui tons mais pesados e sombrios.



Outros filmes baseados em livros pertencentes à cultura Young Adult já foram comentados aqui (como Maze Runner, por exemplo) e, entre todos, é inegável que Jogos Vorazes é atualmente a série mais relevante, criando uma distopia que vai além dos limites da crítica social e da criação de aventuras que se utilizam dos cenários apenas por necessidade de uma fórmula básica.

A franquia apresenta temas em cada um dos seus filmes, que os tornam interessantes para quem se interessa pela área de Comunicação, pois abordam temas como a Sociedade do Espetáculo (o famoso Pão e Circo ou Panem et Circenses) e a propaganda voltada para fomentar a Guerra Civil.

Em A Esperança há um senso de urgência tão grande nos Distritos, que a nação inteira tem como símbolo da Revolução, uma heroína que, na maior parte do tempo, é uma completa idiota e egoísta. Enquanto a Nação clama pelo fim da opressão da Capital sobre os Distritos, Katniss só pensa em si mesma, em sua família e em seus amigos. Essa é uma semente deixada desde o primeiro episódio e acaba virando a principal motivação da protagonista.


Mas nem tudo são flores. É claro que não podemos esquecer qual é o público-alvo que a franquia quer atingir, e nem podemos esquecer o que tal público quer encontrar. Não se pode ficar indignado, por exemplo, com o ridículo triângulo amoroso desenvolvido pela série entre Katniss, Peeta e aquele Zé-Ninguém que faz chilique. São coisas que acabam tirando a paciência de alguns, mas cuja presença é justificada, considerando alguns fatores do "nicho".

O maior problema de Jogos Vorazes: A Esperança - Parte I (além do título enorme) foi em relação à própria decisão de transformar o livro, fim da série, em dois filmes. Comercial e narrativamente, a escolha até parece bem favorável à franquia, mas desde que fosse feita direito.

A priorização pelos 120 minutos acabou tornando o final (que não vou contar aqui, pode ficar tranquilo) morno e anticlimático. Existe o ápice de tensão no filme e, ao invés de existir o corte para deixar a pulga atrás da orelha dos espectadores ou até mesmo vender alguns livros para os mais curiosos, há uma fraca explicação da cena que corta todo o tesão, trazendo um final completamente comum.


Jogos Vorazes: A Esperança - Parte I é um filme que dividiu opiniões. Possui um ritmo diferente de seus antecessores, já que conta com menos ação e mais jogos políticos e propagandas de guerra. Não é um filme difícil de acompanhar, mas quem está acostumado com muita ação pode se decepcionar. Para àqueles que curtem politicagem é um prato cheio.

"São as coisas que mais amamos... Que nos destroem."
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