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A maior ambição do promissor Andrew é ser um grande baterista em sua época, assim como vários de seus ídolos. É sob o comando do rígido e determinado Professor Fletcher que Andrew tenta construir seu caminho, rumo ao estrelato.
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"Não existem, na língua inglesa, duas palavras mais nocivas que 'Bom Trabalho'."
Chegou a época das Grandes Premiações do Cinema, que consagram e divulgam o trabalho de diversas pessoas (quer elas mereçam ou não) para todas as nações. Entre os maiores eventos estão o Globo de Ouro (cuja lista de ganhadores você pode ver AQUI) e, é claro, a mais popular e tradicional de todas, no coração da família brasileira: O Oscar.
O post de hoje é sobre um filme que, com certeza, se encaixa no grupo que merece que tenha o trabalho da equipe reconhecido. Ele se chama Whiplash - Em Busca da Perfeição (Whiplash) e teve cinco indicações ao Oscar, sendo que uma delas foi o prêmio principal da noite, de Melhor Filme.
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O filme foi escrito e dirigido por Damien Chazelle, baseado no curta-metragem homônimo, também escrito e dirigido por ele, que foi lançado no ano anterior. Miles Teller interpreta o protagonista, que contracena com J. K. Simmons, que foi indicado ao prêmio de Melhor Ator Coadjuvante pelo papel (e venceu a categoria no Globo de Ouro). Justin Hurwitz é responsável pela trilha sonora e Tom Cross está sendo indicado à categoria de Melhor Edição (Montagem) por seu trabalho aqui.
Como projeto, o longa Whiplash: Em Busca da Perfeição é algo incrível. É coordenado por um diretor e roteirista iniciante, que não chega a ter cinco filmes em seu currículo como diretor e tem um elenco não muito chamativo. Seu ator mais conhecido é J.K. Simmons que, mesmo tendo um rosto conhecido, não chegou a participar de muitos filmes que fossem muito ambiciosos ou algo assim.
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E é aí (entre várias outros lugares) que se encontra a alma de Whiplash. O filme, assim como seu protagonista, tem uma origem humilde e não muito cheia de glória, mas que, pelo trabalho duro e dedicação, tem as ferramentas para traçar seu caminho para os aplausos.
É claro que a simples figura, mesmo que interessantíssima, do protagonista, não faria de Whiplash tudo que ele é. A presença do coadjuvante, mentor e antagonista ao mesmo tempo, é essencial. A relação entre as duas personagens se dá de um jeito extremamente imersivo, empolgante e até consegue deixar o espectador apreensivo. A química entre os atores influencia positivamente.
A trilha sonora, claro, é muito bem trabalhada. Totalmente voltada para o tema do filme, a trilha abusa de elementos comuns ao jazz e até aproveita alguns momentos em que a ação é mais agitada para inserir um contexto maior ainda de correria e inquietude, com seus trombones e suas baterias intensas e pontuais.
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Mas o ritmo de Whiplash talvez seja seu ponto mais forte. A direção de Chazelle, extremamente inspirada, aliada ao trabalho sensacional de Cross na montagem deu ao filme um ritmo de videoclipe, com câmeras e cortes rápidos, extremamente bem sincronizados com as músicas. A impressão é de que existe uma orquestra tão bem sincronizada, que os acordes e viradas deixam o simples plano sonoro e passam a ser audiovisuais. Você recebe, visualmente, a sincronia que existe entre os músicos e a intensidade que existe na música. É incrível!
Whiplash, que estreou em 2014, mas só chegou aqui no Brasil em 2015, merece seu lugar entre as premiações de Melhor Filme do Ano.