A Colina Escarlate

SINOPSE
Apaixonada pelo misterioso Sir Thomas Sharpe, a escritora Edith Cushing muda-se para sua sombria mansão no alto de uma colina. Habitada também por sua fria cunhada Lucille Sharpe, a casa tem uma história macabra e a forte presença de seres de outro mundo não demora a abalar a sanidade de Edith.

Beware.

Guillermo del Toro é muito conhecido pelo seu tom sombrio e por sua familiaridade com monstros. Seja em algo mais contido, como O Labirinto do Fauno, ou em algo mais megalomaníaco, como Círculo de Fogo, a assinatura do diretor é muito perceptível, estética e tematicamente. A Colina Escarlate, seu novo filme, mantém del Toro dentro da sua zona de conforto, mas demonstra certo esforço de sua parte para deixá-la.

O roteiro é escrito por Matthew RobbinsGuillermo del Toro, sendo que o segundo também dirige o filme. Entre os principais nomes no elenco, estão Mia WasikowskaJessica ChastainTom Hiddleston. A trilha sonora é composta por Fernando Velázquez, enquanto a fotografia é dirigida por Dan Laustsen e o design de produção fica a cargo de Thomas E. Sanders.

As atuações estão à altura dos nomes presentes nos créditos. Tom Hiddleston coloca muito carisma e muita simpatia no modo que fala e cria uma personagem com uma presença muito agradável. O contrário pode ser dito da personagem de Jessica Chastain, que consegue criar uma mulher cuja presença chega a ser mais ameaçadora que o próprio figurino.


Aliás, no que diz respeito a figurino, maquiagem e ao resto da ambientação, o filme também é excelente. As roupas revelam muito do contexto histórico e do próprio posicionamento das personagens no decorrer da trama, assim como a maioria dos elementos de cena apresentados durante o longa-metragem.

O grande problema de A Colina Escarlate é a dificuldade que ele tem em se posicionar dentro de sua própria trama. Começa como um terror (como os trailers sugerem) mas sofre uma longa metamorfose, passando pelo romance de época e pelo suspense, até retornar ao terror a partir de outro ponto de vista. São muitas voltas para chegar a um status que já estava estabelecido no início e, pior ainda, chegar de um jeito muito menos interessante.


Esse problema de identidade acaba causando uma lentidão absurda, acompanhada da constante repetição de idéias. A minha aposta pessoal é de que uma pessoa pode cochilar várias vezes durante esse filme e ainda assim entender tudo que está acontecendo. Os fatos são constantemente reapresentados, seja por flashbacks ou por diálogos, e o resultado torna bastante cansativo. A frustração fica ainda maior quando o espectador percebe que metade do longo trabalho empregado em algumas construções, como a carreira de escritora da protagonista, por exemplo, são totalmente subutilizadas.

Para aqueles que procuram um filme esteticamente interessante e que tenha um bom trabalho de ambientação, Colina Escarlate é uma boa pedida. O mesmo não pode ser dito para aqueles que procuram uma trama eficiente ou mesmo para os que se empolgaram com o terror apresentado nos trailers.
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