2001: Uma Odisseia no Espaço

SINOPSE:
No alvorecer da humanidade, a fome e os predadores já ameaçavam de extinção a incipiente espécie humana. Até que a chegada de um objeto impossível, além da compreensão das mentes limitadas do homem pré-histórico, prenunciasse o caminho da evolução. Milhões de anos depois, a descoberta de um enigmático monolito soterrado na Lua deixa os cientistas perplexos. Para investigar esse mistério, a Terra envia para o espaço uma nave tripulada por uma equipe altamente treinada, assistida por um computador autoconsciente.

2001: Uma Odisseia no Espaço é um dos filmes mais importantes já feitos. Mas não é dele que vamos falar hoje e sim do livro escrito por Arthur C. Clarke, coautor do roteiro do filme. É interessante notar que o livro e o roteiro foram feitos ao mesmo tempo, um influenciando o outro, ambos inspirados por contos de Clarke.

Publicado em 1968, o livro de ficção científica conta com seis partes que se passam em três momentos na História: o início da inteligência humana, a descoberta do A.M.T.-1 (Anomalia Magnética de Tycho -1) e a missão da Discovery, rumo a Saturno.

Cada período foca em um personagem. Um dos mais interessantes é Aquele-que-Vigia-a-Lua, um homem-macaco, ancestral dos seres humanos que têm sua inteligência despertada por seres extraterrestres. Ao passo que tanto o Floyd – que vivencia o período da descoberta do A.M.T.-1, um monolito negro descoberto na lua – quanto Bowman, tripulante da nave Discovery são homens comuns, Aquele-que-Vigia-a-Lua é um ser diferente dos que estamos acostumados a ler, tão diferente na literatura que não se compara nem mesmo com outros seres primitivos. Talvez pela única vez, temos um vislumbre de uma inteligência em um estágio tão inicial que ainda nem pode ser chamada assim.


As partes que dividem a obra são uma mais interessante que a anterior, apresentando primeiro a prova final da existência de inteligência extraterrestre, o A.M.T.-1; pulando para uma viagem pelo sistema solar realizada pela Discovery e por fim o destino final da nave.

Entre as discussões que o livro traz, pode-se ressaltar a questão da inteligência artificial, representada pelo HAL 9000, computador da Discovery – que recebe um capítulo GENIAL dedicado a ele que apresenta sua perspectiva – e a questão da vida extraterrestre – que além de ser um elemento presente em todo o livro, também recebe um capítulo em que é discutida, apresentando inclusive elementos científicos como biologia e física.


Outro aspecto torna a leitura especialmente prazerosa: a edição brasileira, da Editora Aleph. Nela se encontram o texto integral, o prefácio de Clarke para a edição do milênio, um texto do Kubrick – diretor e coautor do roteiro do filme –, que faleceu pouco antes de 2001 e os dois contos que inspiraram o romance: A Sentinela e Encontro no Alvorecer. Além do conteúdo maravilhoso, o livro vem em um box que apresenta o que seria a arte da capa. Seria, porque o livro mesmo é todo negro, incluindo as laterais das páginas, assemelhando-se ao famoso monolito tão importante na história. É IMPOSSÍVEL não se empolgar um pouco mais com a obra quando o livro é retirado da caixinha.

De forma geral, o livro possui um viés científico muito forte, misturando com maestria o real e a ficção. Ainda que não seja particularmente difícil, é uma obra densa. Porém, em suas quase trezentas páginas de história, 2001: Uma Odisseia no Espaço mantem o leitor animado e curioso, em parte pela história, em parte pela narrativa única de Clarke, um dos grandes nomes da ficção científica.
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